Além de tudo que se tem falado sobre a pandemia, por veículos da mídia comprometidos consigo mesmos e seus interesses outros político-partidários, criou-se também a ideia de que a vacinação contra a Covid-19 seria espécie de corrida de cem metros. Logo, quem largasse na frente, na frente haveria de chegar no que tange à imunização.
Pois é.
Fizeram isso alguns países em todos os continentes. E a mídia tupiniquim aproveitou esse flanco aberto do governo federal para seguir sua balada de desgaste via pandemia, deixando exposta ela própria a sua face em boa medida adoentada na forma como vem tratando esse flagelo social.
Não tenho o menor interesse em discutir se o governo vem agindo corretamente ou não. Tampouco amiudar minha visão em relação à imprensa.
Sou,quero acreditar, suficientemente esclarecido para achar que já era tempo de a sociedade brasileira acabar com essa velha mania de apostar em salvadores da pátria, venham eles de onde vierem: a esquerda, da direito, do centro ou dos fundos da política, onde todos, indistintamente, têm um pé.
Admitamos.
O que me trouxe aqui, enquanto tomo café do lado de fora do meu barraco, foi a vontade de demonstrar, com base em dados obtidos no site covid visualizer, que a vacinação não é corrida de cem metros, e alguns daqueles países que largaram na frente do Brasil já começam a ficar para trás.
Dezembro de 2020 ainda não tinha acabado,quando a Argentina começou a vacinar contra a Covid-19. Até hoje (23/01/21) tinha vacinado 279.602 pessoas.
O México, igualmente castigado pela pandemia, foi o primeiro a iniciar dita vacinação na América Latina, ainda em dezembro de 2020. Pois bem. Até este sábado computava 614.808 vacinas aplicadas.
O Chile também começou no Natal do ano passado vacinar. E vacinou até agora pouco mais de 63 mil pessoas.
Pouco depois do Natal, antes ainda do Réveillon, Portugal "arrancou" com a vacinação. Até aqui tinha imunizado 219 mil pessoas. Aliás, na Europa, o país outrora imperial, vem sofrendo com a segunda onda pandêmica.
E o Brasil? Pois é, iniciou vacinação no último dia 19. E, de lá até este sábado, já o fez em 462.269 pessoas, com todas as miudezas de caráter de que tivemos notícia, inclusive sobre esse procedimento em Manaus.
Em verdade, olhando os números, apenas eles, pode-se dizer que o Brasil, embora tenha saído atrás de alguns países, começa a ficar mais perto de nações desenvolvidas como o Canadá (776.606 vacinados) e França (963.139).
Nesse ranking, segundo o site a que me referi, a liderança cabe ao EUA, que já vacinou mais de 19milhões de pessoas, aproximando-se do total de casos de Covid-19 lá registrado que é de pouco mais de 25 milhões.
Os EUA estão sendo seguidos de perto pela China, que informa até hoje 15 milhões de vacinados, para um total de 88 mil casos detectados no gigante asiático, lá onde dizem ter sido parido do Sars-Cov-2.
A Rússia, que não apenas fabricou o imunizante Sputinik-V, como também briga por espaçopor ele no mercado aberto pela pandemia, tinha vacinado até este sábado 1 milhão de pessoas.
Eu não sei a sua conclusão, porque ainda acho cedo concluir alguma coisa sobre os efeitos da imunização.
Olhando os dados como acima os alinhavei, fica a impressão de que a corrida pela imunização não requer pressa, tão só.
Antes, organização e constância de ritmo vez que se trata de um estirão semelhante a uma maratona.
É nisso que o Brasil deve focar.
É nisso que todos e cada um de nós deve ficar de olho, evitando que o egoísmo de uma gente pobre que ocupa boas posição da maquinaria pública se atravesse nesse percurso como pedra de tropeço contra os interesses maiores da coletividade.